EM NOVO ESTUDO, PROFESSOR ANALISA A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA ALAGOANA


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No novo estudo “A conjuntura econômica de Alagoas de 2021: um balanço do segundo semestre”, publicado no portal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), o professor Cícero Péricles de Carvalho apresenta o cenário das atividades econômicas, nos meses de agosto a novembro, apontando uma realidade bem diferente do ano passado. O trabalho sinaliza dois graves problemas: a inflação em alta e a taxa elevada de desemprego que penalizam a população por retirar o poder de compra e diminuir o consumo. Como também aponta o retorno de algumas atividades à sua normalidade, gerando expectativa para uma taxa de crescimento positiva e maior que a da economia brasileira.

Para Cícero Péricles, “neste final de ano, a economia alagoana está atravessando uma conjuntura completamente distinta. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, penalizada pelo fechamento de várias de suas atividades, a economia estadual retrocedeu -1,5% no seu Produto Interno Bruto (PIB); no primeiro semestre deste ano, até julho, a economia ainda refletia o impacto causado pela Covid-19, somando a isto o menor ritmo das atividades do período. Nestes meses de final de ano, a economia está dando sinais de recuperação, situação que vem sendo notada desde agosto passado”.

O primeiro fator importante nesta recuperação econômica, como revela o professor, é a melhoria das condições sanitárias, com a queda expressiva do número de infectados e mortos neste segundo semestre, decorrente da vacinação massiva, que já aplicou 4 milhões de doses de imunizantes. Essa aceleração permitiu a superação da fase vermelha do distanciamento social em julho e o retorno a fase azul em setembro. Com o avanço na área sanitária, há uma reabertura paulatina e segura das atividades de setores fundamentais, como comércio e serviços.

Outro elemento explicativo para a conjuntura mais favorável neste final de ano é a chegada do verão. Segundo Cícero Péricles, os meses de final de ano formam sempre o melhor período para a economia porque coincide com a alta estação do turismo, de novembro a fevereiro do ano seguinte, e o ritmo mais forte da construção civil na entrega de suas encomendas de final de ano; nestes meses, o comércio e o setor de serviços investem nas vendas do período natalino e a agroindústria canavieira inicia sua safra em setembro. Este ano, o período chuvoso foi intenso, afastando a possiblidade da seca que afeta a agricultura.       

O terceiro elemento, apontado no estudo, é o retorno dos programas de estímulo à economia, muito importantes no ano passado, como o Auxílio Emergencial, o Programa de Manutenção do Emprego e Renda e as linhas emergenciais de crédito, que ficaram suspensos nos meses de janeiro a abril, em plena “segunda onda” da pandemia. Segundo ele, “a sociedade e a economia alagoanas necessitam desses recursos para enfrentar a pobreza extrema e as desigualdades sociais que marcam a vida da população, na medida em que essas políticas são massivas, capilarizadas e respondem com relativa eficiência às demandas, principalmente dos mais pobres, os que mais perderam renda nos meses da pandemia”.