Linhas de Pesquisa

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:  Desenvolvimento Econômico

 

1. ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 

Esta linha de pesquisa pretende abordar as principais teorias do Desenvolvimento Econômico, em diferentes escalas, a saber: internacional, nacional, regional e local. Analisar o processo de desenvolvimento econômico e do subdesenvolvimento, assim como suas características e especificidades. Entender o conceito de desenvolvimento a partir da compreensão de como se apresenta, nas economias e regiões, o processo de produção, acumulação e distribuição da renda, determinantes para que se produzam círculos virtuosos. Assim, estudar características que apresentam os países e regiões será de fundamental importância, como por exemplo, poupança, setor externo, investimentos, inserção no comércio mundial, mercado de trabalho e produtividade, entre outros. Objetiva-se ilustrar aos alunos, de forma comparativa, a evolução de diferentes regiões e países para poder fazê-los refletir sobre os problemas e empecilhos que surgem em diferentes momentos históricos. Busca-se investigar os processos de organização socioespacial que emergem em cada momento do desenvolvimento brasileiro, tomando como base as transformações urbano-regionais dos distintos territórios. Pretende-se, assim, identificar em que medida o processo de acumulação no âmbito mundial repercute em arranjos espaciais específicos no Brasil, reproduzindo os padrões históricos de exploração do território a partir de uma integração dependente e subordinada  à economia internacional, reforçando os desequilíbrios urbano-regionais e definindo uma espacialidade típica de uma economia subdesenvolvida. Analisa-se a temática da importância da tecnologia desde as teorias Schumpeter até os avanços neo-schumpeterianos e a economia evolucionária. A temática Estado e desenvolvimento é incorporada para entender as mudanças que essa relação vem sofrendo ao longo do tempo. Além disso, estudar a conjuntura internacional para compreender os processos de desenvolvimento dos países como, por exemplo, os impactos da globalização e do comércio internacional, a transformação das estruturas produtivas, as economias rural e agrícola e a economia do agronegócio.

2. ECONOMIA APLICADA

Esta linha de pesquisa é constituída de bases teóricas e aplicações sobre campos temáticos da economia, tais como microeconomia, macroeconomia e economia regional e urbana. Busca-se, aqui, a compreensão da natureza e funcionamento de tópicos relacionados a estas abordagens teóricas fazendo o uso de instrumentação de aplicação e análise econômica apoiadas em métodos quantitativos e econométricos. As principais temáticas de interesse dessa linha se baseiam nos seguintes tópicos: i) Economia Social, nesta área estão presentes temáticas de cunho social, mediante abordagens microeconômicas com perfil empírico e aplicado, com destaque para os trabalhos desenvolvidos em Economia do trabalho, Economia da educação, Economia da saúde, Economia do crime, Pobreza e distribuição de renda, Avaliação de políticas sociais, entre outras; ii) Crescimento Econômico e Economia Internacional, este tópico pretende entender as questões do crescimento econômico que têm na modelagem e na econometria métodos prioritários de abordagem e análise, bem como temáticas relativas à economia internacional, como análise das exportações e das cadeias globais de valor; iii) Análise Regional e Urbana, nesta área são analisados os problemas econômicos regionais e urbanos relacionados às questões espaciais. Investigam-se, aqui, questões que possam explicar o crescimento diferenciado de países e/ou regiões e, por consequência, processos de aumento e/ou diminuição das disparidades socioeconômicas. Estas questões são discutidas em termos teóricos e/ou empíricos sobre diferentes prismas pertencentes à Teoria da localização, Padrões locacionais, Externalidade e economias de aglomeração, Princípios de economia urbana e Nova geografia econômica, entre outros. e iv) Outros, temáticas como finanças, estudos de ciclos econômicos na macroeconomia e outras que tenham como base central o uso dos métodos quantitativos aplicados à economia.

 3. INOVAÇÃO, INSTITUIÇÕES E COMPETITIVIDADE  

Essa linha de pesquisa tem um embasamento teórico na agenda de pesquisa neo-schumpeteriana, a qual faz uma crítica aos pressupostos neoclássicos, fundamentalmente o conceito de equilíbrio, maximização e a toma de decisões por agentes oniscientes. Nesta linha de pesquisa, assume-se que o capitalismo é um sistema dinâmico que atua através do motor do avanço tecnológico. Assim, as empresas transformam-se em agentes de mudanças na medida em que são responsáveis pelo avanço tecnológico e inovação, a qual adota a característica de ser colaborativa, sistêmica, aleatória e não obedece a regras de equilíbrio tradicionais. A racionalidade neste arcabouço teórico é limitada, portanto os agentes recorrem a heurísticas comportamentais (rotinas) que regulam os comportamentos repetitivos. As rotinas servem como substitutos analíticos para o comportamento ótimo dos agentes frente ao ambiente. A inovação se apresenta pelo rompimento de rotinas, as quais são validadas no mercado, pela concorrência entre os agentes, particularmente entre as firmas. O processo de concorrência estabelece uma dinâmica de seleção das rotinas/estratégias melhor adaptadas ao contexto do mercado/concorrência que irão se replicar como padrão, estabelecendo um novo conjunto de rotinas (inovação) que vão guiar o comportamento futuro dos agentes. O processo de sobreposição de capacidades competitivas, via concorrência no mercado, entre as firmas de uma mesma indústria, ou mesmo entre indústrias diferentes, provocam o processo de dinâmica industrial, podendo alterar a forma como o capitalismo funciona, modificando as estratégias padronizadas dos agentes econômicos. Assim, os parâmetros de decisão no sistema econômico são impactados pelos preços relativos de insumos, bens e serviços, mas também por alterações nas “regras do jogo” econômico. O aprendizado e a criação de competências nas empresas traduzem determinado conjunto de parâmetros decisórios e artefatos tecnológicos para a produção naquele momento do tempo, sendo que as alterações nos parâmetros causam incerteza e mudanças estruturais profundas nos paradigmas tecnológicos vigentes. As “regras do jogo” no sistema econômico são formadas por instituições, que vão desde o sistema legal de um país ou região aos valores, crenças e visões de mundo de firmas, empreendedores e gestores públicos. O Estado, na visão neo-schumpeteriana, é o agente que irá conduzir o sistema de incentivos da sociedade ao validar ou rejeitar as instituições construídas por meio das interações no sistema econômico. A qualidade do sistema de incentivo irá definir a capacidade dos agentes em concorrer no mercado interno ou no comércio internacional. O Estado contribui para estruturar ou ajustar o sistema de incentivos de uma economia por meio de políticas públicas, verticais ou horizontais. Os principais questionamentos em que se apoiam as pesquisas do PPGE acabam guiando os trabalhos: quais os padrões de comportamento ou estratégias dos agentes no sistema econômico; quais as causas do avanço tecnológico; como funcionam os processos de aprendizado e seleção competitiva no sistema econômico; quais regras comportamentais estão associadas à inovação; quais tipos de comportamentos dos agentes possibilitam maior volume de atividade inovadora; como são estabelecidos os processos de aprendizado, geração de competências e inovação nas firmas; como as instituições conduzem à melhoria do sistema econômico; como as atividades inovativas ocorrem fora do ambiente empresarial; qual o papel da regulação do mercado no contexto de geração de inovação; entre outras.